A esofagite eosinofílica é uma doença crônica imunomediada (causada pelo próprio sistema imunológico) com incidência e prevalência crescentes. Atualmente estima-se que até 6% das Endoscopias Digestivas Altas revelarão esta condição.
Na esofagite eosinofílica o epitélio que reveste o esôfago internamente passa a ser infiltrado por eosinófilos, um tipo de glóbulo branco do sangue que desempenha importante papel na resposta do organismo a reações alérgicas. Em condições normais o epitélio esofágico é desprovido de eosinófilos.
Postula-se que o processo inflamatório determinado pela infiltração eosinofílica comprometa a função contrátil da musculatura esofágica. Com a função de contração debilitada, a eficiência da transferência do bolo alimentar da boca ao estômago diminui. Isto é responsável por um dos sintomas mais comuns da esofagite eosinofílica: dificuldade para deglutir os alimentos. Este quadro é conhecido como disfagia (quando um alimento fica estacionado no esôfago e não progride para o estômago, levando à uma sensação de engasgo e “entalamento”). Sabemos que a Esofagite Eosinofílica é e principal causa de impactação alimentar / disfagia em adultos.
Outros sinais e sintomas frequentes são vômitos frequentes, dor abdominal e atraso no crescimento (percebido nas crianças).
O diagnóstico envolve a suspeição clínica, alterações encontradas na Endoscopia Digestiva Alta e nas biópsias obtidas. Na Endoscopia os achados mais comuns são estenoses (áreas de estreitamento), anéis, sulcos longitudinais e placas esbranquiçadas. As biópsias são sempre necessárias para a confirmação diagnóstica e idealmente realizadas no esôfago proximal e distal.
O tratamento envolve medicamentos que diminuem a secreção de ácido pelo estômago e dieta de eliminação de seis elementos principais: frutos do mar, leite, ovo, trigo, soja e nozes. Estas duas medidas resolvem o infiltrado eosinofílico em 75% dos casos e a quase totalidade dos casos apresenta melhora sintomática. Casos mais graves podem demandar dilatações endoscópicas e aplicações de medicamentos corticosteróides tópicos.
Em caso de dúvida consulte seu médico de confiança.
Dr Ranieri Leonardo de Andrade Santos CRM MG 53082.