A metaplasia intestinal é uma condição na qual um grupo de células do estômago se diferencia do restante da mucosa gástrica e assume características semelhantes às células do intestino.

Em geral isto ocorre como uma resposta do estômago a uma injúria, como por exemplo, gastrite crônica relacionada à infecção pelo Helicobacter pylori.

A metaplasia intestinal geralmente não determina sintomas. Sua importância reside no fato de elevar o risco de desenvolvimento de câncer gástrico (estudos relatam risco de desenvolvimento de câncer gástrico dez vezes maior em relação à população geral).

Os fatores de risco conhecidos são a infecção pelo H. pylori, tabagismo e dietas ricas em sal.

O diagnóstico é estabelecido por meio de biópsias realizadas através da Endoscopia Digestiva Alta. Para aumentar a capacidade de detecção desta condição podemos empregar a técnicas especiais como a cromoscopia com índigo carmim, que consiste na aplicação de um contraste de coloração azulada na superfície mucosa do esôfago.

Esta técnica acima demonstrada ressalta áreas de irregularidades e aponta para os locais que serão “biopsiados”, pela maior probabilidade de conterem células em estágios precursores do câncer de gástrico (áreas de displasia).

Outros técnicas como Cromoscopia Digital com Narrow Band Imaging (conhecida NBI) também podem ser empregadas com o objetivo de determinar as áreas de maior suspeição para displasia (ou até mesmo tumores precoces do estômago).

O tratamento envolve a erradicação do H. pylori (caso presente) por meio de antibióticos, a modificação da dieta e a interrupção do tabagismo.

Um plano de vigilância endoscópica então é traçado para definir a periodicidade de repetição do procedimento.

Dr Ranieri Leonardo de Andrade Santos

CRM MG 53082